Quando cheguei,
já não haviam janelas.
Atirei minha mão contra a porta,
rodei a maçaneta e
Entrei cuidadosamente,
pelo ranger da madeira no chão.
Nada.
Não vejo nada.
O sofá que devia estar já não está
O quadro que devia ser já não é
a secretária que devia permanecer
imóvel, intacta a minha espera
desapareceu em mil pós
de mil criaturas que a roubaram.
Talvez térmitas.
Subi ao meu quarto,
ao nosso quarto.
Nada.
Nem cama, nem cabides.
Nem espelhos, nem gavetas
onde arrumava as minhas emoções
como meias, cuidadosamente enroladas.
Nada.
Suspiro. Para onde olhar?
Se é o nada que há?
até as paredes que ainda existem
ficaram sem cor.
Agora deito-me no chão
marcado pelo que não há.
Tudo o que tenho,
é porque não tenho nada.
Afinal sempre saiu obra de arte :D
ResponderEliminarGstei mto da relação que fizest entre as coisas =)
Mto bem artista :D