quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Pétalas

São pétalas de rosa que
tiro ao sabor do vento.
E sem saber porquê
fito o caminho manchado de vermelho
que deixei atrás de mim
com um certo pesar.

É um mar de Rosas perdidas
como eu e tu.
Perdemos-nos no que havia,
no que foi e é:
o dissabor do nada
que nos atinge
enquanto trocamos olhares.

Exacto, já não temos nada.
Perdemos palavras e conversas
que ambos sabemos as respostas
e metodicamente acenamos e
gesticulamos, num tédio
que geramos em ambos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Perdidos em Vales

Sorrisos que não devem ser dados
são aqueles que finges todo o momento
em que te toco na cara
e pergunto por ti.

Onde estás?
Neste vale do nada
onde pedaços frios tentas reunir.
O balanço da vida foi-se
como um rio
a fluir lentamente.

Dancemos os dois
neste vale perdido onde
perdidamente buscamos o que
perdemos.

Venham as mentiras
onde fingimos de mãos dadas
sermos algo mais do que somos.

Comigo não gastes sorrisos,
prefiro que soltes essa lágrima
acorrentada ao canto do teu olho.

Não fujo pela maré
que irás fazer subir.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Apertar

Acordo para um amanhecer
como se ele nunca tivesse chegado.
E Desperto e desperto,
Acordo e acordo
como se me estivesse prestes a perder
numa cor que não conheço o nome.

Levanto-me perante este
momento que acordo
e relembro-me:
Das noites mal dormidas,
das batalhas mal vencidas
na sua invictividade.

Ergo-me agora diante o Sol
que nunca vi.
Entrego a estas cores,
estes momentos fracos
de sentido
mas plenos de sentimento,
que construí a minha volta
uma vontade, uma postura
onde o encontrar é nada
e o procurar é tudo.

Ergo-me aqui para me erguer
perante a um sol que nunca vi
mas que desejo ver.

Seguro o meu cordão
Enquanto pulsa o sangue.
Seguro minha pouca alma
Enquanto recordo de tudo...

domingo, 3 de janeiro de 2010

Passos

Dou passos largos
sem qualquer noção da amplitude
com que os dou.

será que é isto Fugir?
Onde tudo me impede
de olhar para trás,
de olhos no chão
como se fosse
caminho de uma estrada só.

Parei por momentos
ofegantes
e olhando para trás
nisto reparei:
Não escapo.

Não escapo de forma alguma
de mim.