sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Fantasias

Esculpo distancias
com véus estrelados,
feitos de peregrinos
e cavalos alados.

Todos se dirigem para um sonho,
que se expande e estica,
que me consome e me medita
nos poucos momentos
que sinto ser eu.

Neste céu,
percorrido por alados equídeos
fito os meus pensamentos
peregrinos das minhas verdades,
Sultões das minhas realidades.

Confusão

Sou feito de mil e um mendigos
ricos de sonhos, pobres de almas
e vendidos de vontades vencidas.

Mendigamos por um pedaço de alma,
por uma vontade, uma guitarra de
uma corda só.
Não pedimos muito,
mas muito recebemos, mesmo sendo
nada do que pedimos.

Que fazer?
Fazer com que resulte.
Com que o pedaço de madeira
e cartão que achamos
seja construído em algo que pedimos.
Numa Vontade, num prazer,
num momentâneo ardor
feito de algo que não
o que queremos
mas o que sonhamos que é.

Somos Mil e um.
Eu sou aquele um,
apenas mais um na multidão
cuja cara é sempre desconhecida.

Ilusões

Reconheço que uso uma mascara
total ela elaborada com detalhes,
importantes sinais
que me mostram como Divino
e Maléfico.

É uma mascara Negra
que sugere que só existe
o mal, e a vontade de exorcizar-me.
Embora reconheça a minha inocência
prefiro considerar-me impuro.

Assim ao menos tudo e
muito terá uma lógica.

Quando a ponho,
nada nem ninguém me toca.
Todo o meu mundo é intocável
sem qualquer paralelo.

Ela salva-me, minha negra mascara
que esconde o que sou
a quem quero mostrar-me.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Não perguntes.

Que me dirias se
tivesse a pergunta que
nunca fizeste em minha mão?

Olho fitamente para os olhos
que nunca fecham, imortais
olhares que se encerram na
tua cor, que me satisfaz
sem eu saber.

Vem sentir a chuva,
que perpétua com
as pequenas perguntas,
gotas que gostam de
me molhar ao sabor
do tempo e do que
vejo sem parar.

Todas as perguntas
tentam afogar,
como o seu peso
aquele que se debate.
E no seu poder,
reside um falar que não existe.

Palavras que não ditas
são insinuadas
do que foi perguntado.

E suas frases não feitas
tem impacto que não sonhas
nem com esses olhos
de essa cor.

Despertar brusco

Nos pequenos cantos da minha mente
existem grandes melodramas,
mil e um programas que passam
para me entreter nas horas vagas.
Mas novelas é que não são!

São Quintas de informação
prestes a ser colhida,
seleccionada e escolhida
pela ceifa do meu analisar.

Tanto analiso e pondero
que por poucos momentos
esqueço-me que me telefonas.
O telemóvel vibra sem qualquer
piedade pelo meu indagar.
Chamas-me, ou melhor dizendo,
estas a forçar o meu Acordar.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Verdes

Tudo é alegria.
Tudo é, um mar de verde
que salta para nós
que nos banha no nosso
dia a dia.

Verdes esperanças
teces com olhares
que me lanças.
Tudo é Brincadeira,
tudo é vontade de brincar
de alegrar
de sonhar.

Não a Percas.
Essa alegria brincada,
essa alegria pintada
de verde que eu desconheço.

Continua a banhar-nos,
Com esse teu mar
onde tudo é
o que não se consegue explicar.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Lâmpadas que escurecem

Entre num quarto antigo
que me apelida de menino
e me sufoca de tanto mimo.

Existe apenas uma lâmpada,
uma luz que balança
numa única da dança
de contraste.

Nesse contraste encontro
um porto seguro
ora coberto de luz,
ora iluminado de negro.

Para regressar de onde vim?
Era sorte.

preciso de sorte,
Terás alguma para me vender
ou dar?
Uma que me entregues
ou que me farás recusar
ser eu mesmo?

Dá-me Sorte...
Neste véu negro de Luz
que me ilude.

Onde ando

Quando vejo
o caminho ali estendido,
pondero em atravessar
a tal ponte
que me falaste
da qual se vê
o sol mais belo
junto o mar mais sereno.

De mãos frias,
caminho eu para esta
ponte no céu
sem saber onde me abracei.

Vou confiar,
nas tuas palavras
e sonhar mais alto,
sonhar chegar a ponte
de onde tudo virei.
De onde tudo conhecerei
sem qualquer significado escondido.

Dedico-te.

Roubas luzes,
Incendeias momentos
Todos eles teus.
Incríveis e cheios de
Nada do que é comum.
Há algo ai,
Ai nesse teu sorrir.

Recordo-me bem de tudo
Ensinado pelas coisas
Sábias que não me disseste.
E com a certeza de que serás sempre
Nada comum, deleito-me a
Dedicar-te este pequeno momento.
Escrevo para te desejar
Serenidade. Como o teu sorrir.