terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Por vezes...

Por vezes, pereço um pouco
por parecer um parecido aos
segundos que me escorrem nos dedos
lambidos de sorrisos.

Se me focar em algo, foco-me no presente.
Um presente que me foi dado, que preferia
nem ter desembrulhado.
Este doce mal, que me malícia
como impero de nada
que eu construo em olhares de dor.

E se um dia sentir, magoa-me.
Deixa-me deixado,desaparecido desencontrado
despejado de destino, de desejo, de destreza
destruidora.

Sentes? Claro que não
Aqui jaz algo que viveu sem ser vivo.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Implantes

Na implantação de uma alma
roupa é a ultima preocupação.
São implantados ventos ideais,
baús desejosos
fogos desejosos
frios impiedosos e muitos mais
osos que possamos imaginar.

Mas na câmara do coração jazem mais
segredos, mais tenores de pequenas vozes
arquitectos de desenhos imperfeitos.

Que jaz na minha alma implantada?
O sonho. Sonhar para mim será o viver e vivo
sonhando um vivido sonho.

sábado, 4 de setembro de 2010

Somente pulsar

Pulsantes sensações inebriam o que queres
e o que te trai é a traição do desejo feito de fogo
Que descai o manto frio que pareces ter.

Para. Tudo para em sibilantes momentos
em que cerras um dos mil punhos que abriste
em socorro de quem te dispensaria.

E nesse caminho manchado decides ponderar
que não há mais escolhas ou folhas a virar
apenas a certeza que o teu egoísmo deve reinar.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Olhos de neblina

No fogo que sinto, só sai fumo
da inevitável e saudosa neblina
que preenche este olhar.

Olhar em frente seria ver a faisca
que nasce todos os dias, faísca esta
que só existe porque as personagens desta vida se alinham.

Quem és tu? Fumo de meus olhos,
Fogo de meu ser,
Faisca de meu viver
senão um manto que nao me guia?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Corpo, ardor, Gemido.

Será que sentes o ardor
de quem grita por esse corpo?
Ou finges surdez em momentos
que são somente culpa tua?

E na insinuação, na provocação esperas ser
uma luz escura neste paraíso perdido
feito de asas de luxúria
que dançam sobre os céus da perdida tortura.

Como que um gemido,
esperas fazer sentido
onde já nada o faz e deixou de fazer.
E as tuas cores serão transparentes
para quem mais nada sentir
em petulantes pensares
feitos de quem quer pedir.

Pedem um fim
a tua tortura
a tua falsa ambição de transmitir ternura.

Pareço.

Sinto o tocar da água entre meus dedos,
meus longos e secos dedos
sedentos de aguas de tom bege
que se escondem na frescura do teu sorrir
na ternura do teu olhar.

Quero fazer uma música contigo,
tua voz dará melodia
aos pequenos olhares que troco
aos pequenos pensares que cismo
ter sem receber troco
de algo parecer.

Se parecer algo
pareço um louco que nada tem
mas tudo quer.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vaso

Segurei um vaso pensante,
um vaso de vale petulante
que pensava em como me mostrar
o que há.

Olha, são poucos os momentos em que
sigo desígnios, que arrisco em conflitos
senão os meus. Todavia desejo ser conflituado
por esse pequeno momento indagado
que me desejas mostrar.

Para onde apontas, vaso do destino
cujas verdes e amarelas rosas de terra
desejam afastar-se?
Que lugar é esse
tão feio, tão coeso de realidade
que até a beleza tenta escapar?

Existe o belo no real?
Ou seremos nós realmente feios
de ângulos e abreviaturas,
de nomes pomposamente atribuídos
pelo ruminante mascar do tempo?

Meu nome?
Não o sei, e prefiro não o conhecer.
Prefiro ser livre, sem atributo
onde o tempo nasce e morre ao mesmo tempo
e fita o sol e a lua
a luz que perdura pelo pequeno momento
em que atrevo
a sonhar mais uma vez
um pequeno suspiro soltado por minha
boca muda,
um pequeno suspiro onde jazes tu.

Aqui sim... Sei para onde me apontas,
e por isso deixo-te cair para o inevitável mole
para o inquebrável sul do meu corpo.

Se te partires é porque não achas-te motivo,
não conseguiste ser força.