sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sigilo

Escassos empurrões,
que não comovem multidões
são dados de modo
a seguir o que há
por detrás da bela fachada.

Vá... já é tempo
de cessar com o fogo
de artificio
que fazem perante os estranhos,
que balançam entre os desconhecidos
onde a imagem aparenta ser um espelho
do que não é conseguido.

Já é tempo de cessar
com os empurrões
os regateamentos de emoções.

parem de me empurrar...

Fico sentado quieto no meu canto.
Paz? já não a dou...

Guardo a pouca que tenho para mim.
Sou egoísta, e cruel.
Abraço a minha almofada
e tenho sonhos cor de mel,
desenhados de doçura.

Um dia chegará a minha vez.
Irei conseguir dormir a noite
sem ser assombrado pelo dia seguinte.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um Pedido

Não te digo,
Prefiro manter em segredo
a cara que faço quando sonho te ver.
Porque sei que não tenho poder
para concretizar esse meu sonho...
Por agora.

Não te digo,
prefiro manter em segredo
o que tenho para te dizer.
Prefiro que o oiças de mim,
todas as letras que soltarei
num dia que não terá fim.

Prefiro não contar
tudo o que há para dizer,
todas as historias que direi.
Tanto existe para aprender,
há tanto ainda para descobrir
porquê apressar o que ainda
pode nos fazer sorrir?

Lê bem isto.
Não te digo para te desafiar,
Atreve-te a sonhar.

Tenho metade de um coração
que prefere não dizer,
e outra metade que grita
tudo o que há.
Se estiveres atenta vais ouvir
o que sonho quando estou a dormir.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Gasto

Entre as asas do tempo
disse-te um segredo,
de que iria partir
e no mesmo instante
esperei um abraço
para mim,
só meu
que não senti...

Onde estão os momentos
que tanto adorei,
onde ficam as memorias
que encaixo
numa caixa
que atiro ao mar?

Nada permanece
nem tu, nem ninguém
irá ser
mais uma dor
para mim.


Entre as asas do tempo
disse-te um segredo,
de que iria ficar
e no mesmo instante esperei
um sorriso
que não recebi,
por isso decidi
fugir.

Fujo entre aquilo que
considerei verdadeiro
dentro de mim,
evado tudo
o que pressinto que
me irá atingir.

No fim deste mundo
irei ver o outro eu
erguendo-se
como muralha de Cimento
separando-me de si.

Entre as asas do tempo
disse-te um segredo
de que te ia adorar
e no mesmo instante
nada esperei,
apenas fiquei
sem sorrisos para dar,
nem abraços para oferecer
porque não há luz
que leve a ti.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A minha partida

Tomei tua mão
neste oceano
de fogo que alimento
em mim.

Se por recalcados momentos
soubesse que este
seria o desfecho, segurar-te-ia
mais junto a meu peito
todo ele imperfeito,
rasgado de conceito pacifico.

De dedos entrelaçados
dir-te-ia o que conseguia
fazer com a presença da tua
ausência... um doce nada.

Apertar-te-ia contra
o que me resta.
Tudo em mim não presta...
são meros factos,
solenes verdades
que fogem enquanto
tento apanhar algo
que me segure
que me proteja...
Solenes verdades do meu coração.

Não cheguei ao meu
destino mas tu chegaste ao teu.

Felizmente para ti, eu já não
sou eu. Não me conheces
logo não tens com que te preocupar.

O meu céu
é de impossível traço.
Impossivelmente carregado
por outros ombros.
São meus. É meu este céu...
Só meu doce rainha,
Aprendi que não o posso partilhar.

Levanto o escudo novamente
e desta vez tenho armadura.

Assim Afogo-me
mais rapidamente
menos conscientemente
da ausência de uma rainha
que talvez fora um sonho...


Não. Ela foi verdade.
Ainda me lembro do calor que nela há,
ou havia, para mim.

Adeus.

Sou um mero soldado,
indigno de caminhar nesses passos,
de respirar esses ares que respiras
minha Senhora.

Devo apresentar-me:
Sou aquele que não conheces.
Que irá partir para serviço,
para batalha que já perdeu.

Mais não a maço...

Faço a minha dolorosa vénia
e afasto-me.

O meu Oceano de fogo recebe-me.
Imortal como sempre,
só ele é eterno...

Tenho um Fantasma

Tenho um fantasma
na minha casa.
Uma alma penada
que surge sempre do nada
que olho ao espelho.

Os reflexos dos meus olhos
são desiguais:
Jazem neles sonhos...ou restos deles.
perpendiculares ao
meu frágil ser
a minha falta de poder.

Tenho um fantasma
em casa,
Que me trespassa ao pensar
e quanto mais penso nele
mais me torno nele.

Assombro tudo
até ao seu fim...
Tudo em que toco não permanece
junto de mim.

Ultimo

Tão sucinto e directamente
se apresentam palavras
que deveriam ser de amor
mas passam a ser palavras
que partem corações
sem qualquer rodeio
nem qualquer fervor.

O Brilho da minha poesia
desvanece...
Ela já não está aqui,
e com isto
tudo que já não fazia sentido
muito menos faz agora.

para que escrever?
para que continuar
a respirar o opaco ar
que se apresenta a mim
como contaminado?

Utilizo uma arma,
todas as palavras que me digo
ao espelho
são verdadeiras.

Sibilo agora tudo... Tudo
o que deixa de fazer sentido neste mundo:
Eu.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A força que me dás

Quando passeio, mostro-me
minhas mãos tão frias,
tão fracas e banais.

E nestas mãos
que tento aquecer,
mesmo sem poder
sou eu quem tem que o fazer...

Eu se soprar,
sei que seria frio.
Para que arrefecer o que já
está frio, nada de eu?

Eu sei que sou quente como um cobertor.
Que aqueço quem se aproxima,
quem necessita e até quem simplesmente
quer calor.

Mas onde vou eu buscar tanto quente
que não sinto para mim?...

É quando vejo,
ou sinto um vibrar
são as novas tecnologias
que me estão acordar.

és um quente que me guia,
onde o meu dia principia.

Por momentos esqueci-me que estava vivo,
e aí adormeci em braços roubados
que me escolheram,
sem saber quando e como
fiquei ali sem mais
reclamar.

Se pudesse encostava o meu céu ao teu.
Para te mostrar quem se perdeu
como fui eu,
e como estou.

Sinto-te aqui.
Algo mais que um ombro onde
me deitar,
alguém com quem me
posso alegrar
e me mostrar.

Ausência

Falta-me algo.

Por petulantes perguntas,
saltitantes que me bombam
assim como o sangue que
corre, Tento eu
embora seja uma tentativa falhada,
Correr com essas perguntas que
me tocam cada vez mais.

Falta-me algo!

Mas o quê?
Quando e como?
O Porquê?
Será como?
Onde virá?

Rosno um tributo a mim mesmo,
afinal nada nunca me pareceu tão claro.

Sou apenas algo que detesta,
e detesta detestar.

Falta-me algo...
suspiro enquanto fico farto
de levantar um escudo.

Ao que me é respondido
com grande sensatez:
..."Procura-o."

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sabes?

Sabes?
carrego fantasmas em olhares,
carrego almas em magníficas
estantes que me seguram
enquanto escrevo este momento.

Sabes?
Carrego fantasmas sem olhares
que te fitam sempre, sempre
como um nunca que irá chegar.

Sabes?
O quanto preferia estar longe
daqui, o quanto adorava
tua voz sentir?
O quanto iria sorrir
com o teu rir?

Sabes...
Estou carregando fardos
feitos de fardas vermelhas e pretas.
Cachecóis brancos impuros
negros dos subúrbios
onde caminho.

São pessoas e imaginações
Carnes e ilusões
que me passam pela retina,
desmedida e sensível
á luz desse teu sorrir.

O que dava para estar ai.
Sabes?