quinta-feira, 17 de junho de 2010

Olhos de neblina

No fogo que sinto, só sai fumo
da inevitável e saudosa neblina
que preenche este olhar.

Olhar em frente seria ver a faisca
que nasce todos os dias, faísca esta
que só existe porque as personagens desta vida se alinham.

Quem és tu? Fumo de meus olhos,
Fogo de meu ser,
Faisca de meu viver
senão um manto que nao me guia?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Corpo, ardor, Gemido.

Será que sentes o ardor
de quem grita por esse corpo?
Ou finges surdez em momentos
que são somente culpa tua?

E na insinuação, na provocação esperas ser
uma luz escura neste paraíso perdido
feito de asas de luxúria
que dançam sobre os céus da perdida tortura.

Como que um gemido,
esperas fazer sentido
onde já nada o faz e deixou de fazer.
E as tuas cores serão transparentes
para quem mais nada sentir
em petulantes pensares
feitos de quem quer pedir.

Pedem um fim
a tua tortura
a tua falsa ambição de transmitir ternura.

Pareço.

Sinto o tocar da água entre meus dedos,
meus longos e secos dedos
sedentos de aguas de tom bege
que se escondem na frescura do teu sorrir
na ternura do teu olhar.

Quero fazer uma música contigo,
tua voz dará melodia
aos pequenos olhares que troco
aos pequenos pensares que cismo
ter sem receber troco
de algo parecer.

Se parecer algo
pareço um louco que nada tem
mas tudo quer.