segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vaso

Segurei um vaso pensante,
um vaso de vale petulante
que pensava em como me mostrar
o que há.

Olha, são poucos os momentos em que
sigo desígnios, que arrisco em conflitos
senão os meus. Todavia desejo ser conflituado
por esse pequeno momento indagado
que me desejas mostrar.

Para onde apontas, vaso do destino
cujas verdes e amarelas rosas de terra
desejam afastar-se?
Que lugar é esse
tão feio, tão coeso de realidade
que até a beleza tenta escapar?

Existe o belo no real?
Ou seremos nós realmente feios
de ângulos e abreviaturas,
de nomes pomposamente atribuídos
pelo ruminante mascar do tempo?

Meu nome?
Não o sei, e prefiro não o conhecer.
Prefiro ser livre, sem atributo
onde o tempo nasce e morre ao mesmo tempo
e fita o sol e a lua
a luz que perdura pelo pequeno momento
em que atrevo
a sonhar mais uma vez
um pequeno suspiro soltado por minha
boca muda,
um pequeno suspiro onde jazes tu.

Aqui sim... Sei para onde me apontas,
e por isso deixo-te cair para o inevitável mole
para o inquebrável sul do meu corpo.

Se te partires é porque não achas-te motivo,
não conseguiste ser força.